Por Rodrigo
Como foi o jogo no Beira-Rio
Noite de alívio para o torcedor colorado em Porto Alegre. Em duelo da 22ª rodada do Brasileirão Série A, o Internacional venceu o Fortaleza por 2 a 1 no Beira-Rio, em partida que começou às 20h30 no horário de Brasília (23h30 UTC). O roteiro teve gol cedo, resposta rápida do adversário e decisão só nos acréscimos, com a arquibancada vivendo do suspiro ao grito.
O Inter assumiu o controle desde o início, ocupando o campo ofensivo e tentando acelerar pelas pontas para fazer a bola chegar a Alan Patrick entre linhas. A recompensa veio aos 24 minutos: pênalti para os donos da casa, bem cobrado por Alan Patrick, seco no canto, sem chances para o goleiro. O 1 a 0 acalmou o time e, por alguns minutos, mudou o ritmo do jogo.
O Fortaleza não se encolheu. Sete minutos depois, aos 31, Lucca Prior apareceu para empatar, aproveitando espaço na intermediária colorada. O gol mexeu com o ambiente. O Inter sentiu o baque e precisou reorganizar a marcação, enquanto o Leão ganhou confiança para sair mais rápido em transições, especialmente quando recuperava a bola no meio.
O intervalo veio com o 1 a 1 e duas leituras possíveis: o Inter com mais posse, mas vulnerável quando perdia a bola; o Fortaleza competitivo, apostando no contra-ataque e na bola parada. As comissões técnicas mexeram no desenho, e a segunda etapa ficou mais franca, com trocas constantes de posse e uma sequência de escanteios e faltas laterais em ambos os lados.
O gol que decidiu a noite demorou, e justamente por isso doeu em quem defendia. Já nos acréscimos, aos 51 do segundo tempo, Vitinho apareceu para empurrar para as redes e recolocar o Inter em vantagem. Foi o tipo de lance que nasce da insistência: pressão no campo de ataque, bola que sobra na área e finalização certeira. O Beira-Rio explodiu, e o time fez a gestão do resultado até o apito final.
O placar de 2 a 1 traduziu um jogo nervoso, cheio de microdisputas — das bolas divididas nas laterais às faltas táticas no meio para travar a transição. O Inter sustentou mais tempo a bola, mas precisou de paciência para furar a última linha do Fortaleza. O Leão, por sua vez, competiu bem enquanto teve fôlego, mas pagou caro pela queda de intensidade no fim.

Impacto na tabela e o que vem pela frente
Os três pontos valem mais do que o alívio imediato. Antes da bola rolar, o Inter somava 27 pontos em 21 jogos, com campanha oscilante e saldo negativo. A vitória leva o time a 30 pontos e melhora o saldo em um gol, um detalhe que pesa em fim de campeonato. O recado, no entanto, é mais emocional do que matemático: a equipe precisava vencer em casa para recuperar confiança e afastar o fantasma da zona de baixo.
Para o Fortaleza, a derrota complica o cenário. A equipe chegou à rodada com 15 pontos, 19ª colocada, e deixa Porto Alegre com a mesma pontuação e um saldo pior. Nessa faixa da tabela, cada detalhe machuca: sofrer um gol nos acréscimos, depois de segurar boa parte do segundo tempo, indica cuidado redobrado com concentração e reposicionamento em jogadas de segunda bola. O time não foi passivo, criou seus momentos e até equilibrou a partida em trechos importantes, mas faltou perna e precisão no fechamento das jogadas.
O jogo também contou com uma série de substituições que mexeram no ritmo. O Inter buscou refresco pelos lados e mais chegada de área, tentando arrastar a defesa cearense para dentro da própria área. O Fortaleza respondeu com reforço de marcação no meio e apostas em saídas longas para surpreender a defesa colorada. À medida que o relógio apertava, os cruzamentos e as bolas paradas ganharam peso, até o gol de Vitinho nos acréscimos encerrar a discussão.
Para quem olha a temporada no longo prazo, a vitória em casa diante de um adversário pressionado tem um valor simbólico: é o tipo de resultado que realinha objetivos. O Inter ganha fôlego para mirar a primeira metade da classificação e tentar engatar uma sequência. O Fortaleza precisa transformar competitividade em pontos, sobretudo nos confrontos diretos, evitando a armadilha de “jogar bem e perder” que tanto derruba time em luta contra o rebaixamento.
No Beira-Rio, a arquibancada sentiu cada lance. A cobrança perfeita de Alan Patrick, o empate rápido de Lucca Prior e o gol tardio de Vitinho construíram uma partida emocional, do jeito que o campeonato pede na reta intermediária. Em uma rodada com disputas diretas e margem curta para erro, o Inter fez o necessário: venceu. O Fortaleza sai com lições claras — proteger melhor a área no fim e ajustar a recomposição quando o adversário estica o campo.
O calendário não perdoa e já pede respostas. Para o lado colorado, manter a agressividade em casa e controlar melhor os espaços entre as linhas é o caminho. Para o Leão, é ajustar detalhes de concentração e encontrar soluções ofensivas mais consistentes quando o time precisa reagir. Faltam muitas rodadas, mas a conta começa a chegar. No Beira-Rio, ela foi paga com juros nos acréscimos.
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